O Sistema Nervoso
Autores: Leonardo Souza santos & Rafaela Caroline Cardeliquio
![]() |
Definição:
O sistema nervoso deriva seu nome de nervos, que são pacotes
cilíndricos de fibras que emanam do cérebro e da medula central, e se ramificam
repetidamente para inervar todas as partes do corpo.Os nervos são grandes o
suficiente para serem reconhecidos pelos antigos egípcios, gregos e romanos, mas
sua estrutura interna não foi compreendida até que se tornasse possível
examiná-los usando um microscópio. Um exame microscópico mostra que os nervos
consistem principalmente de axônios de neurônios, juntamente com uma variedade
de membranas que os envolvem, segregando-os em fascículos de nervos. Os
neurônios que dão origem aos nervos não ficam inteiramente dentro dos próprios
nervos - seus corpos celulares residem no cérebro, medula central, ou gânglios
periféricos.
Todos os animais mais avançados do que as esponjas possuem
sistema nervoso. No entanto, mesmo as esponjas, animais unicelulares, e não
animais como micetozoários têm mecanismos de sinalização célula a célula que é
precursora dos neurônios. Em animais radialmente simétricos, como as águas-vivas
e hidras, o sistema nervoso consiste de uma rede difusa de células isoladas. Em
animais bilaterianos, que compõem a grande maioria das espécies existentes, o
sistema nervoso tem uma estrutura comum que se originou no início do período
Cambriano, mais de 500 milhões de anos atrás.
Neurônio
Neurônio é a unidade funcional do sistema nervoso. Os neurônios comunicam-se através de sinapses; por eles propagam-se os impulsos nervosos. Anatomicamente o neurônio é formado por: dendrito, corpo celular e axônio. A transmissão ocorre apenas no sentido do dendrito ao axônio. O soma é o corpo celular dos neurônios, que contêm o núcleo e o citoplasma. O citoplasma recebe o nome de pericário (etimologicamente "ao redor do núcleo").
O sistema nervoso é divido em Sistema Nervoso Central e Sistema Nervoso Periférico
Sistema Nervoso Central
Principais
componentes do Sistema Nervoso Central:
Medula espinhal
A medula espinhal é o
centro dos arcos reflexos. Encontra-se organizada em segmentos (região cervical,
lombar, sacral, caudal, raiz dorsal e ventral). É uma estrutura subordinada ao
cérebro, porem pode agir independente dele.
Cérebro
O cérebro está
relacionado com a maioria das funções do organismo como a recepção de
informações visuais nos vertebrados, movimentos do corpo que requerem
coordenação de grande número de partes do corpo. O cérebro encontra-se protegido
pelas meninges: pia-máter, dura-máter e aracnóide.
O encéfalo dos mamíferos é dividido em: telencéfalo
(cérebro), diencéfalo (tálamo e hipotálamo), mesencéfalo (teto), metencéfalo
(ponte e cerebelo) e mielencéfalo (bulbo).
Bulbo ou medula oblonga
O bulbo tem a função
relacionada com a respiração e é considerado um centro vital. Também está
relacionado com os reflexos cardiovasculares e transmissão de informações
sensoriais e motoras.
Cerebelo
O cerebelo é
responsável pelo controle motor. A organização básica do cerebelo é praticamente
a mesma em todos os vertebrados, diferindo apenas no número de células e grau de
enrugamento. Pesquisas recentes sugerem que a principal função do cerebelo seja
a coordenação sensorial e não só o controle motor.
Ponte
A função da ponte é
transmitir as informações da medula e do bulbo até o córtex cerebral. Faz
conexão com centros hierarquicamente superiores.
O córtex sensorial coordena os estímulos vindos de várias
partes do sistema nervoso. O córtex motor é responsável pelas ações voluntárias
e o córtex de associação está relacionado com o armazenamento da memória.
Principais divisões do Sistema Nervoso Periférico
O SNP pode ser divido em voluntário e autônomo.
Sistema Nervoso Voluntário
Está relacionado com
os movimentos voluntários. Os neurônios levam a informação do SNC aos músculos
esqueléticos, inervando-os diretamente. Pode haver movimentos involuntários.
Sistema Nervoso Autônomo
Está relacionado com
os movimentos involuntários dos músculos como não estriado e estriado cardíaco,
sistema endócrino e respiratório.
É divido em simpático e parassimpático. Eles têm função
antagônica sobre o outro. São controlados pelo SNC, principalmente pelo
hipotálamo e atuam por meio da adrenalina e da acetilcolina. O mediador químico
do SNA simpático é a acetilcolina e a adrenalina, enquanto do parassimpático é
apenas a acetilconlina.
Arco reflexo
Os atos reflexos são
reações involuntárias que envolvem impulsos nervosos, percorrendo um caminho
chamado arco reflexos.
Um exemplo muito conhecido de arco reflexo é o reflexo
patelar. O tendão do joelho é o órgão receptor do estímulo. Quando recebe o
estímulo (ex. uma pancada) os dendritos dos neurônios ficam excitados. O impulso
é transmitido aos neurônios associativos por meio de sinapses, que por sua vez
transmitem o impulso aos neurônios motores.
Os neurônios associativos levam a informação ao encéfalo e os
neurônios motores excitam os músculos da coxa, fazendo com que a perna se
movimente.
Anatomia comparada
Membros do filo dos celenterados, tais como águas-vivas e hidras, têm um sistema nervoso simples intitulado de rede neural. Ela é formada por neurônios, ligados por sinapses ou conexões celulares. A rede neural é centralizada ao redor da boca, mas não há um agrupamento anatômico de neurônios. Algumas águas-vivas possuem neurônios sensoriais conhecidos como rhopalia, com os quais podem perceber luz, movimento, ou gravidade.
Platelmintos e nematoides
Planárias, um tipo de
platelminto, possuem uma corda nervosa dupla que percorre todo o comprimento do
corpo e se funde com a cauda. Estas cordas nervosas são conectadas por nervos
transversais, como os degraus de uma escada. Estes nervos ajudam a coordenar os
dois lados do animal. Dois grandes gânglios na extremidade da cabeça funcionam
de modo semelhante a um cérebro simplificado. Fotorreceptores nos ocelos desses
animais proveem informação sensorial sobre luz e escuridão. Porém, os ocelos não
são capazes de formar imagens. Os platelmintos foram os primeiros animais na
escala evolutiva a apresentarem um processo de cefalização. A partir dos
platelmintos até os equinodermos, o sistema nervoso é ganglionar ventral, com
exceção dos nematelmintos que possuem cordão nervoso Peri esofágico.
Obs.: A centralização do sistema nervoso dos platelmintos
representa um avanço em relação aos cnidários, que têm uma rede nervosa difusa,
sem nenhum órgão integrador das funções nervosas.
Artrópodes
Os artrópodes possuem
um sistema nervoso constituído de uma série de gânglios conectados por uma corda
nervosa ventral feita de conectores paralelos que correm ao longo da barriga.
Tipicamente, cada segmento do corpo possui um gânglio de cada lado, embora
alguns deles se fundam para formar o cérebro e outros grandes gânglios.
O segmento da cabeça contém o cérebro, também conhecido como
gânglio supraesofágico. No sistema nervoso dos insetos, o cérebro é
anatomicamente dividido em protocérebro, deutocérebro e tritocérebro.
Imediatamente atrás do cérebro está o gânglio supraesofágico que controla as
mandíbulas.
Muitos artrópodes possuem órgãos sensoriais bem
desenvolvidos, incluindo olhos compostos para visão e antenas para olfato e
percepção de feromônios. A informação sensorial destes órgãos é processada pelo
cérebro.
Moluscos
A maioria dos
Moluscos, tais como Bivalves e lesmas, têm vários grupos de neurônios
intercomunicantes chamados gânglios. O sistema nervoso da lebre-do-mar (Aplasia)
tem sido utilizado extensamente em experimentos de neurociência por causa de sua
simplicidade e capacidade de aprender associações simples.
Os cefalópodes, tais como lulas e polvos, possuem cérebros
relativamente complexos. Estes animais também apresentam olhos sofisticados.
Como em todos os invertebrados, os axônios dos cefalópodes carecem de mielina, o
isolante que permite reação rápida nos vertebrados. Para obter uma velocidade de
condução rápida o bastante para controlar músculos em tentáculos distantes, os
axônios dos cefalópodes precisam ter um diâmetro avantajado nas grandes espécies
de cefalópodes. Por este motivo, os axônios da lula são usados por
neurocientistas para trabalhar as propriedades básicas da ação potencial.
Vertebrados
O sistema nervoso dos
animais vertebrados é frequentemente dividido em Sistema nervoso central (SNC) e
Sistema nervoso periférico (SNP). O SNC consiste no encéfalo e na medula
espinhal. O SNP consiste em todos os outros neurônios que não estão no SNC. A
maioria do que comumente se denomina nervos (que são realmente os apêndices dos
axónio de células nervosas) são considerados como constituintes do SNP. O
sistema nervoso periférico é dividido em sistema nervoso somático e sistema
nervoso autônomo.
O sistema nervoso somático é o responsável pela coordenação
dos movimentos do corpo e também por receber estímulos externos. Este é o
sistema que regula as atividades que estão sob controle consciente.
O sistema nervoso autônomo é dividido em sistema nervoso
simpático, sistema nervoso parassimpático e sistema nervoso entérico. O sistema
nervoso simpático responde ao perigo iminente ou stress, e é responsável pelo
incremento do batimento cardíaco e da pressão arterial, entre outras mudanças
fisiológicas, juntamente com a sensação de excitação que se sente devido ao
incremento de adrenalina no sistema. O sistema nervoso parassimpático, por outro
lado, torna-se evidente quando a pessoa está descansando e se sente relaxada, e
é responsável por coisas tais como a constrição pupilar, a redução dos
batimentos cardíacos, a dilatação dos vasos sanguíneos e a estimulação dos
sistemas digestivo e genitourinário. O papel do sistema nervoso entérico é
gerenciar todos os aspectos da digestão, do esôfago ao estômago, intestino
delgado e cólon.
Receptores do sistema nervoso
O sistema sensorial é constituído pelos receptores sensoriais, pelos neurônios aferentes e pelas partes do cérebro envolvidas no processamento da informação. Os sentidos são os meios através dos quais os seres vivos percebem e reconhecem outros organismos e as características do meio ambiente em que se encontram - em outras palavras, são as traduções do mundo físico para a mente. Os mais conhecidos são cinco: a visão, a audição, o tato, o paladar e o olfato, mas é consenso na comunidade científica que os seres humanos possuem muitos outros. Não há, porém, acordo na quantidade, pois isso depende da definição não muito sólida do que constitui um sentido.
Quimiorreceptores
Especializados em receber estímulos por
meio de substâncias, que permitem os sentidos do olfato e paladar.
Paladar (ou gustação) é a capacidade de reconhecer os gostos
de substâncias como comida, alguns minerais, até venenos etc. Existem cinco
sabores básicos bem aceitos: salgado, doce, amargo, ácido e unanime; e há o
debate se também há os sabores de ácidos graxose cálcio. Os receptores
envolvidos neste sentido são células que se agrupam nas chamadas papilas
gustativas.
O nariz é constituído pelas fossas nasais e pela pirâmide
nasal. Na cavidade nasal encontra-se a pituitária que possui inúmeras
terminações nervosas. As substâncias, ao passarem pela mucosa, estimulam as
terminações nervosas e o nervo olfativo encaminha as mensagens até o córtex
cerebral.
Podemos adivinhar o que está no forno apenas pelo cheiro que
sentimos no ar da cozinha. Esse é o sentido do olfato. Partículas saídas dos
alimentos, de líquidos, de flores, etc. chegam ao nosso nariz e se dissolvem no
tecido que reveste a região interna do teto da cavidade nasal, a mucosa
olfatória. Ali a informação é transformada, para ser conduzida, através do nervo
olfatório, até o cérebro, onde será decodificada.
Fotorreceptores
Responsáveis
por receber estímulos luminosos, permitem o sentido da visão: cores, imagens e
movimentos.
Visão é a habilidade que nos permite ver o que ocorre em
nossa volta, a janela para o mundo. A luz forma imagens nos fotorreceptores da
retina, dentro de cada olho, e a informação é levada ao cérebro pelos nervos
ópticos. A visão não é um sentido por si só, mas um aglomerado de mais de um
deles, pois há mais de um receptor para mais de uma informação. O primeiro é a
capacidade de detectar intensidade luminosa; os receptores são células chamadas
bastonetes, que trabalham bem até em menores intensidades de luz, mas não
possuem a capacidade de detectar cor. O outro sentido é a capacidade de detectar
cores, e as células receptoras são os cones, que exigem uma quantidade maior de
luz para funcionarem bem; há o debate se este constitui um ou três sentidos
diferentes, pois há três tipos de cones, um para cada cor primária. Há, ainda,
discussão sobre um terceiro sentido, o da estereopsia, a percepção de
profundidade e distância usando ambos os olhos, mas geralmente ela é considerada
uma função cognitiva (pós-sensorial) do córtex visual do cérebro, ou seja, a
interpretação de informação previamente adquirida de outra forma.
Termorreceptores
Responsáveis por receber estímulos
térmicos, permitem o sentido do tato. Estão localizados na superfície do corpo.
O tato, sistema somatossensorial ou mecanorreceptor, é uma
percepção resultante da ativação de receptores neuronais, geralmente na pele,
incluindo os folículos de cabelo, mas também na língua, na garganta, e mucosa.
Existem inúmeras terminações nervosas especializadas situadas na pele e nos
tecidos internos do organismo, que estão sujeitas a estímulos do tipo: calor,
frio, dor, tato, entre outros. Tais estímulos são transformados em impulsos
nervosos e enviados ao sistema nervoso central, na qual são interpretados e
respondidos.
Mecanorreceptores
![]() |
Esta é a sua mão por dentro. Perceba a perfeição dos músculos, nervos, tecidos e ossos. |
Responsáveis por
receber estímulos mecânicos e de pressão. Podem ser auditivos, que permitem
receber sons, ou táteis, que permitem perceber o que é liso, áspero, duro ou
mole e até a dor.
Audição é a percepção do som pelo ouvido. O som é a
propagação de ondas mecânicas em meios materiais, fazendo, portanto da audição a
percepção da vibração. As ondas sonoras chegam até o aparelho auditivo, fazem o
tímpano vibrar que, por sua vez, faz os três ossos da orelha (martelo, bigorna e
estribo) vibrarem; as vibrações são passadas para a cóclea, onde viram impulsos
nervosos que são transmitidos ao cérebro pelo nervo auditivo. Dado que as ondas
sonoras normalmente possuem uma quantidade minúscula de energia, o ouvido é
excepcionalmente sensível, e portanto, frágil. A frequência de audição de um ser
humano é padronizada na faixa de 20 a 20000 Hertz, mas há variação na literatura
científica. A capacidade de ouvir em altas frequências diminui com a idade, e
mais acentuadamente em homens que em mulheres. Algumas das frequências mais
baixas que podem ser detectadas pela audição também podem ser sentidas
tactualmente.