Eras geológicas e extinções em massa
Professor Ivan Tavares Scotelari de Souza
Introdução
O planeta Terra tem 4,53 bilhões de anos. Neste tempo todo, muitas mudanças
ocorreram. Estas grandes transformações sofridas pela Terra são divididas em
tempos geológicos. Esta escala de tempo, que se preocupa com as mudanças
geológicas da Terra, é medida em milhões de anos.
São quatro divisões principais que constituem a escala geológica de tempo: Éon,
Era, Período e Época. Dentre estes, o Éon é o que representa a maior porção de
tempo, seguido das Eras, Período até chegar às Épocas, que são momentos do tempo
geológico a partir da Era Mesozoica.
As Eras geológicas contam a história evolutiva do planeta Terra. São marcadas
por características específicas das mudanças pelas quais o planeta passava
naquele momento histórico. Elas estão descritas na Tabela Estratigráfica
Internacional, onde também são registradas mudanças que possam ocorrer a partir
de descobertas científicas.
Tempo geológico
Há várias formas de definir o tempo, e uma delas é o Tempo geológico. Esta forma
de medição do tempo tem como base a história evolutiva do planeta Terra,
especialmente em sua estrutura geológica.
Geo se refere a Terra, Logia é o estudo. Assim, a área da ciência que se
preocupa com a origem, história, vida e estrutura da Terra é a Geologia. O Tempo
geológico diz respeito ao tempo que as principais mudanças no planeta Terra
levaram para acontecer. Ele marca os momentos mais importantes pelos quais a
Terra passou.
O planeta Terra tem 4,53 bilhões de anos de história. Ao
longo deste tempo muitas coisas ocorreram, constituindo as características do
planeta atual. Algumas mudanças são facilmente percebidas, como a formação das
montanhas terrestres através da orogênese. Houve ainda o surgimento das
espécies, a extinção de muitas espécies antes existentes, glaciações, expansão
de espécies pelo globo e o próprio surgimento dos hominídeos.
O Tempo geológico é importante porque as grandes mudanças do planeta Terra
levaram milhões de anos para ocorrer, através de vários processos endógenos e
exógenos, mudanças na composição e na estrutura da Terra. As mudanças nunca
param de acontecer no planeta, novas descobertas são feitas, vulcanismos e
terremotos acontecem, novas espécies surgem enquanto outras se extinguem. A
Terra é dinâmica, tudo muda o tempo todo.
O que são Eras geológicas?
São reconhecidas na Tabela Estratigráfica Internacional quatro Eras terrestres.
Estas Eras são subdivisões dos Éons. As Eras geológicas são subdividas em
Períodos, que por sua vez são subdivididos em Épocas. Todos estes importantes
momentos abrangem os 4,53 bilhões de anos da Terra.
As Eras geológicas são:
• Pré-Cambriana;
• Paleozoica;
• Mesozoica;
• Cenozoica.
Destas, apenas a Pré-Cambriana não apresenta divisões. Ela
abrange desde os 4.560 milhões de anos aproximadamente até os últimos 545
milhões de anos, quando começa a Era Paleozoica. Esta era se estende por dois
Éons, que são o Arqueano e o Proterozoico.
A partir da Era Paleozoica, começa uma divisão em Períodos, e apenas na Era
cenozoica é que os Períodos são também divididos em Épocas. Isso ocorre porque
as mudanças são mais facilmente detectáveis através de testes científicos.
Principais características
das eras geológicas
As Eras geológicas são marcadas por profundas mudanças ou
grandes acontecimentos na história evolutiva do planeta Terra. Alguns destes
acontecimentos são:
Era Pré-Cambriana
• Começa há 4.560 milhões de anos e se estende até os 545 milhões de anos atrás.
• Fortes impactos e
grande atividade vulcânica.
• Aparecimento dos
continentes terrestres.
• Surgimento de
organismos unicelulares.
• Atmosfera ainda
sem oxigênio.
• Evolução para uma
atmosfera oxigenada.
• Biota Ediacarana
(fósseis encontrados na Austrália).
Era Paleozoica
• Começa há 545 milhões de anos e se estende aos 248 milhões de anos atrás.
• Explosão câmbrica, com registro de enorme variedade de filos (seres vivos do
reino animal) em fósseis.
• Existência de trilobites (artrópodes registrados em fósseis daquela Era).
• Aparecimento de peixes com mandíbulas.
• Surgimento de plantas terrestres.
• Escorpiões do mar.
• Expansão de peixes, anfíbios e répteis.
• Formação de grandes florestas e pântanos.
• Existência de insetos gigantes.
• Idade da Pangeia.
• Surgimento dos tetrápodes (vertebrados terrestres com quatro membros).
Era Mesozoica
• Começa há 248 milhões de anos e se estende até os 65 milhões de anos atrás.
• Aparecimento dos dinossauros.
• Surgimento dos mamíferos.
• Extinção dos tetrápodes.
• Existência dos ictiossauros (répteis marinhos já extintos).
• Presença dos amonóides (moluscos já extintos).
• Presença dos dinossauros gigantes.
• Extinção em massa que abrange os dinossauros.
Era Cenozoica
• Começa há 65 milhões de anos e se estende até os dias
atuais.
• Expansão dos mamíferos gigantes.
• Expansão das aves e dos mamíferos modernos.
• Aparecimento do hominídeo moderno.
• Esta é a Era na qual as mudanças ainda estão ocorrendo.
• É a Era atual da evolução do planeta Terra.
Tabela das Eras geológicas
Para a Tabela Estratigráfica Internacional existem:
• 3 Éons: Arqueano, Proterozoico e Fanerozoico.
• 4 Eras: Pré-Cambriana, Paleozoica, Mesozoica e Cenozoica.
• 11 Períodos: Cambriano, Ordoviciano, Siluriano, Devoniano, Carbonífero,
Permiano, Triássico, Jurássico, Cretáceo, Terciário (Paleogeno e Neogeno) e
Quaternário.
• 7 Épocas: Paleoceno, Eoceno, Oligoceno, Mioceno, Plioceno, Pleistoceno e
Holoceno.
Entendendo a evolução
Há uns 200 anos atrás a Ciência não sabia como tínhamos chegado por aqui. Foi
então que um inglês de 22 anos entrou em um navio chamado HMS Beagle, em 1831, a
bordo de uma missão botânica que circundou o mundo e passou por 4 continentes e
uns quantos países e ilhas durante 5 anos.
No
decorrer deste tempo ele fez milhares de observações, desenhos e anotações. E
aquilo que ele viu, ouviu e anotou ficaria em sua cabeça por anos; mais
precisamente por 23 anos após o seu retorno ao Reino Unido e o fim da
exploração. Em 1859 foi publicada originalmente a obra A Origem das Espécies,
escrito por Charles Darwin, pai do evolucionismo.
O biólogo francês Jean-Baptiste Lamarck, já havia proposto uma teoria
simplificada da evolução; mas Darwin foi o responsável por revolucionar a
ciência. Foi ele que percebeu, por exemplo, que em um arquipélago de ilhas
próximas, mais precisamente nas ilhas de Galápagos, existia a mesma espécie de
pássaro, porém, em cada uma destas ilhas eles agiam de uma maneira diferente; e
mais, seus corpos estavam se alterando para que, a cada geração de pássaros que
nascesse, eles ficassem mais preparados às particularidades de cada ilha em
questão.
Assim, dali algumas centenas de reproduções, milhares talvez, aqueles pássaros
tornar-se-iam espécies diferentes: ELES ESTAVAM EVOLUINDO por conta do meio no
qual estavam inseridos.
Assim Darwin se ligou em uma coisa: todas as espécies que estavam à sua volta,
fossem elas animais ou plantas, tinham evoluído de um ancestral comum. Suas
diferenças eram fruto apenas do seu meio. A partir de então foi só ligar alguns
pontos: macacos, humanos, fechou.
Darwin concluiu que a vida e todos que estavam por aqui eram resultado de um
processo evolutivo que nunca acaba. Viver é se adaptar aos problemas que
aparecem e aqueles que não se adaptam acabam desaparecendo. É a famosa lei do
mais forte, ou sobrevivência do mais apto, para deixar em termos um pouco mais
científicos.
De
quebra, a teoria da evolução era ainda mais surpreendente porque respondia uma
outra dúvida que deixava o pessoal maluco: FÓSSEIS, e mais: fósseis gigantes!!
Como ninguém nunca havia visto um dinossauro andando por aí, não podiam imaginar
que aqueles fósseis podiam ser de uma espécie que já não existisse mais. O
passado era um grande ponto de interrogação. E as teorias que explicavam os
mesmos eram as mais malucas possíveis.
A única coisa que a Teoria de Darwin não tinha como prever era que, em alguns
momentos, episódios inesperados poderiam acontecer e acabar com essa linha
evolutiva bonita e regrada, assim como aconteceu com os próprios dinossauros.
As 5 maiores extinções que o planeta já
viu
Mais de 99% das espécies animais que já viveram na Terra estão extintas, e às
vezes algum evento acontece que provoca uma mudança tão drástica que a maioria
das espécies é varrida da face da Terra em um curto período de tempo. Veja a
lista das 5 extinções mais drásticas que já aconteceram.
Extinção do Ordoviciano-Siluriano
Quando: 440 milhões de anos atrás
Nessa época, os seres vivos nadavam ou rastejavam em mares rasos. Conforme as
rochas vulcânicas recém-criadas presentes na superfície eram desgastadas pela
água e pelo vento, elas reagiam com o dióxido de carbono presente na atmosfera e
o absorvia. Como resultado, os níveis do dióxido de carbono diminuíram, a
temperatura caiu, e as espécies ficaram presas no oceano congelado. O
congelamento fez com que os níveis dos oceanos diminuíssem e alguns secaram, e
após diversos ciclos de crescimento e encolhimento de geleiras, aproximadamente
86% das espécies foram extintas para sempre.
Depois de milhões de anos, o oceano lentamente se repopulou com peixes e a terra
foi colonizada por pequenas plantas. Essas plantas então começaram a servir de
alimento para os primeiros insetos que voavam ou rastejavam.
Extinção do Devoniano Superior
Quando: 374 - 365 milhões de anos atrás
As plantas contribuíram para mais uma extinção em massa. Elas absorveram dióxido
de carbono o suficiente para criar uma nova era de resfriamento global. Elas
mudaram o solo, fazendo os nutrientes da terra irem para o oceano, aumentando
drasticamente o crescimento de algas, que sugavam o oxigênio da atmosfera. Com
isso, metade das espécies do oceano morreram sufocadas. Apesar disso, uma
espécie de peixe, com pés achatados e pulmões conseguiu escapar da extinção.
Nos 100 milhões de anos seguintes, essas criaturas evoluíram para anfíbios,
répteis e todos os animais terrestres modernos.
Extinção do Permiano-Triássico
Quando: 250 milhões de anos atrás
Essa talvez seja a pior extinção de todos os tempos: 70% da vida terrestre e 95%
da vida marinha desapareceram. Milhares de milhões de toneladas de gases
vulcânicos destruíram a camada de ozônio e a temperatura média do oceano atingiu
40 °C (mais quente do que uma jacuzzi). Chuva ácida atingiu toda a superfície do
planeta, devastando as espécies terrestres.
A Terra teria então “apenas” 50 milhões de anos para se recuperar para a próxima
extinção em massa.
Extinção do Triássico-Jurássico
Quando: 200 milhões de anos atrás
Naquela época, pequenos dinossauros habitavam o planeta. Uma fenda gigantesca,
causada por um vulcão, se abriu no meio do planeta, separando o que
eventualmente seria a Europa e a África da América, e formando o Oceano
Atlântico. O vulcão expelia dióxido de carbono, que aumentou a temperatura da
Terra e matou aproximadamente 80% das espécies que viviam no oceano na época.
Extinção do Cretáceo-Paleogeno
Quando: 65 milhões de anos atrás
Apesar disso, nesse mundo recém esvaziado, os dinossauros se adaptaram muito bem
e durante os 135 milhões de anos seguintes cresceram para se tornar as maiores
espécies terrestres que a Terra já viu.
Mas todas as coisas boas têm um fim. Muitos cientistas acreditam que a extinção
dos dinossauros foi causada por um asteróide do tamanho de uma pequena cidade,
(aproximadamente 10 quilômetros de diâmetro) que bateu no que agora é a
Península de Iucatã, no México. O impacto lançou milhões de toneladas de poeira
na atmosfera, bloqueando a luz do Sol e dando fim aos grandes dinossauros. Os
pequenos que sobreviveram evoluíram para aves.
Dias atuais
O mundo estava preparado para uma pequena espécie de rato
rastejante, que viria a ser o maior ancestral de todos os mamíferos modernos. Ao
longo de 50 milhões de anos, ele evoluiu de um animal selvagem para baleias,
cavalos e nós, humanos, que crescemos e evoluímos tanto a ponto de dominarmos
todos os tipos de habitats disponíveis na Terra. Então, depois de 65 milhões de
anos desde a última extinção, o que acontece?
A dominação humana na Terra também trouxe mudanças, só que essas mudanças
acontecem em um ritmo muito mais rápido, levando décadas e não mais milênios. Os
níveis de dióxido de carbono, que contribuíram para grande parte das extinções
passadas, aumentaram 25% só nos últimos 50 anos, período extremamente curto em
termos geológicos. Em adição à mudança climática, nós exterminamos centenas de
espécies com a caça, pesca, destruição do habitat e poluição. É estimado que a
taxa atual de extinção esteja entre 100 e 1000 vezes maior do que o normal, e
que se todas as espécies ameaçadas realmente sumam da Terra, a probabilidade de
acontecer mais uma extinção em massa nas próximas centenas de anos é muito alta.
É importante
lembrar que todas as grandes extinções tiveram alguns sobreviventes. As
criaturas no topo da cadeia alimentar normalmente são as mais afetadas, então
talvez estejamos dando a chance da história se repetir, e de algum pequeno
organismo nos substituir como espécie de vida dominante no planeta.
Principais
fontes de pesquisa
https://www.vix.com
https://www.coladaweb.com
https://www.oficinadanet.com.br
http://terrarara.com.br
https://www.estudopratico.com.br
https://mundoeducacao.uol.com.br