Seu peso em outros mundos  Mercúrio  Vênus  Terra  Marte  Júpiter  Saturno  Urano  Netuno  Planetas-Anões   Asteróides, Cometas e Meio Interplanetário 

    MarteMarte

    Marte (grego: Ares) é o deus da guerra. O planeta provavelmente recebeu esse nome devido à sua cor vermelha. Marte é às vezes chamado de Planeta Vermelho. O deus Marte dos romanos era o deus da agricultura antes de seu nome se ligar ao deus Ares dos gregos; os que são a favor da colonização do planeta podem preferir esse simbolismo.

    Marte é conhecido desde os tempos pré-históricos. Tem sido a escolha favorita de escritores de ficção científica como o lugar mais provável no sistema solar (além da própria Terra!) para uma colônia de seres humanos. Mas os famosos "canais" que Lowell e outros pensavam existir no planeta eram, infelizmente, tão imaginários quanto as princesas Barsoomianas.

    A primeira sonda a visitar Marte foi a Mariner 4, em 1965. Várias outras se seguiram, inclusive duas Viking landers em 1976.

    A órbita de Marte é significativamente elíptica. Em consequência disso ocorre uma variação de temperatura de cerca de 30 ºC no ponto subsolar. Em geral, as sondas Viking verificaram que as temperaturas marcianas variam de 150 K (-220 ºF) a 295 K (70 ºF).

    Embora Marte seja muito menor que a Terra, sua área superficial é aproximadamente igual à área da superfície do nosso globo.

    Com exceção da Terra, Marte apresenta a mais interessante e variada topografia de todos os outros planetas telúricos ressaltando-se o aspecto verdadeiramente espetacular de algumas de suas formações.

    Olympus Mons (Monte Olimpo): a maior montanha do sistema solar, elevando-se 24 km (78.000 pés) acima da planície circundante. Sua base, com mais de 500 km de diâmetro, é circundada por um despenhadeiro de 6 km (20.000 pés) de altura.

    Tharsis: um imenso bolsão na superfície marciana, com cerca de 4000 km de raio e 10 km de altura.

    Valles Marineris: um sistema de canyons de 4000 km de comprimento e profundidade de 2 a 7 km.

    Hellas Planitia: uma cratera de impacto no hemisfério sul, com mais de 6 km de profundidade e 2000 km de diâmetro.

    Grande parte dessa superfície é muito velha e craterizada, mas há também vales, penhascos, colinas e planícies mais jovens.

    No hemisfério sul de Marte predominam planícies cheias de crateras. A maior parte do hemisfério norte é muito mais jovem e sua elevação é também muito menor. Uma mudança de elevação de vários quilômetros ocorre na região limítrofe. A razão para isso é desconhecida.

    O interior de Marte é conhecido somente por inferência de dados sobre a superfície e das estatísticas sobre o planeta. O cenário mais provável é de um núcleo denso com cerca de 1700 km de raio, um manto rochoso derretido, um pouco mais denso que o da Terra, e uma crosta delgada. A ausência de um campo magnético global indica que o núcleo de Marte é provavelmente sólido. A densidade relativamente baixa do planeta, comparada a de outros planetas telúricos, indica que seu núcleo provavelmente contém uma fração relativamente grande de material oxidado.

    Como Mercúrio e a Lua, Marte parece não apresentar placas tectônicas ativa; não há indicações de movimento horizontal da superfície, tais como as montanhas dobradas tão comuns na Terra. Sem qualquer movimento lateral da placa tectônica, os pontos quentes sob a crosta permanecem em posição fixa com relação à superfície. Isso, juntamente com uma gravidade superficial mais baixa, poderia explicar o intumescimento de Tharis e seus enormes vulcões.

Sonda espacial em Marte

    Há sólida evidência de erosão em muitos pontos da superfície marciana. Em algumaSuperfície de Marte época passada, certamente havia água na superfície do planeta. Pode até mesmo ter havido oceanos. Mas, parece que isso aconteceu apenas por um breve período e há muito tempo atrás; estima-se a idade dos canais de erosão em cerca de 4 bilhões de anos. (Os Valles Marineris não foram criados pela ação de cursos de água. Sua formação se deu por estiramento e fraturamento da crosta, associados com a formação de Tharsis).

    No início de sua história, Marte apresentava características muito próximas às da Terra. Como também ocorreu com a Terra, todo o seu dióxido de carbono foi consumido na formação de rochas de carbonato. Mas, pelo fato de não ter placas tectônicas, Marte é incapaz de reciclar qualquer quantidade desse dióxido de carbono e retorná-lo à atmosfera, e, assim, não pode manter um efeito estufa significativo. A superfície de Marte é, portanto, muito mais fria do que a Terra seria a essa distância do Sol.Atmosfera de Marte

    A atmosfera de Marte é fina, composta essencialmente de uma fina camada de dióxido de carbono restante (95,3%) além de nitrogênio (2,7%) , argônio (1,6%) e traços de oxigênio (0,15%) e água (0,03%). A pressão média na superfície de Marte é de apenas cerca de 7 millibar ( menos de 1% da pressão da Terra) , mas varia grandemente com a altitude, de quase 9 milibar nas bacias mais profundas a cerca de 1 milibar nas crista do Olympus Mons. Mas é suficientemente densa para produzir ventos fortes e fortes tempestades de poeira, que em determinadas ocasiões encobrem todo o planeta por vários meses. Embora sua atmosfera seja constituída principalmente de dióxido de carbono - como em Vênus, o efeito estufa de Marte é suficiente para aumentar a temperatura superficial em apenas 5 graus (K).

    Marte é permanentemente encoberto por calotas de gelo em ambos os pólos compostas  em sua maior parte de dióxido de carbono sólido ("gelo seco"). Durante o verão norte, o dióxido de carbono sublima-se completamente, deixando uma camada residual de gelo de água. Não se sabe se uma camada semelhante de gelo de água existe abaixo da capa sul, uma vez que sua camada de dióxido de carbono nunca desaparece completamente. Pode existir gelo de água escondido sob a superfície, em altitudes mais baixas. As variações sazonais da extensão das capas polares alteram a pressão atmosférica global em cerca de 25% (conforme medições feitas nas áreas exploradas pela sonda Viking).

Polo sul de Marte    Recentes observações através do telescópio espacial Hubble, revelaram que as condições verificadas durante as missões Viking podem não ter sido típicas. A atmosfera de Marte agora parece ser mais fria e mais seca do que a atmosfera medida pelas sondas Viking.

    As sondas Viking, realizaram experiências para determinar a existência de vida em Marte. Os resultados foram negativos. Os otimistas assinalam que apenas duas pequenas amostras foram examinadas e de sítios pouco favoráveis.

    Acredita-se que alguns meteoritos tenham se originado em Marte.

    Marte não possui campo magnético global.

    Durante a noite, Marte é visível a olho nu. Seu brilho aparente varia conforme sua posição em relação à Terra.

    Os Satélites de Marte

    Fobos é o maior e o mais interno dos dois satélites de Marte:

    distância do centro de Marte: 9378 km

    diâmetro: 22,2 km (27 x 21,6 x 18,8)

    massa: 1,08e16 kg

    Fobos está mais próximo de seu primário que qualquer outra lua do sistema solar, a menos de 6000 km acima da superfície de Marte; é uma das menores luas do nosso sistema. Pronuncia-se "FOH bus".

    Na mitologia grega, Fobos é um dos filhos de Ares (Marte) e Afrodite (Vênus). Significa "medo" em grego (raiz de "fobia").

Deimos e Fobos

    Descoberto em 12 de agosto de 1877, por Hall; fotografado pela sonda Viking 1 em 1977.

    Fobos gravita ao redor de Marte, abaixo do raio orbital sincrônico. Levanta-se no oeste, move-se muito rapidamente pelo céu e se põe no leste, geralmente duas vezes por dia.

    Está tão próximo da superfície que não pode ser visto acima do horizonte de qualquer ponto de Marte.

    Fobos é um satélite condenado: pelo fato de sua órbita estar abaixo da altitude sincrônica, as forças de maré o estão atraindo em direção a Marte. Em menos de 100 milhões de anos, ele ou se fragmentará, transformando-se em um anel, ou colidirá com o planeta.

    Provavelmente, Fobos e Deimos são compostos de rocha rica em carbono, como asteróides do tipo C. Mas, suas densidades são tão baixas que eles não poderiam ser rocha pura. É mais provável que sejam formados de uma mistura de rocha e gelo. Ambos são densamente craterizados.

    A sonda soviética Fobos 2 detectou um pequeno mas regular escapamento de gás na superfície do satélite. Infelizmente, a sonda interrompeu sua comunicação antes que se pudesse determinar a natureza do material; a hipótese mais provável é que seja água.

    A formação mais notável em Fobos é a grande cratera Stickney (nome de solteira da esposa de A. Hall). Como a cratera Herschel, de Mimas, (em escala menor), o impacto que criou Stickney por pouco não destruiu Fobos. Os sulcos e raias na superfície do satélite foram provavelmente causados pelo impacto.

    Acredita-se, em geral, que Fobos e Deimos sejam asteróides capturados. Especula-se que essas duas luas teriam vindo de algum ponto fora do sistema solar, e não do cinturão de asteróides.

    Fobos e Deimos poderão ser úteis, em algum tempo futuro, como "estações espaciais", de onde se poderia estudar Marte, ou como paradas intermediárias nas viagens de ida e volta à superfície marciana; especialmente se a presença de gelo for confirmada.