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    Planetas-Anões

     Membros da União Astronômica Internacional votam resolução que rebaixa Plutão de categoria - (folha de são Paulo - 25 de agosto de 2006).

 

     O argumento usado para rebaixar Plutão foi, em essência, baseado na história do Sistema Solar. Ao insistir que, para ser um planeta, um astro tem de ser não apenas esférico e não-estelar como capaz de "limpar a vizinhança de sua órbita", os astrônomos querem mostrar que a formação dos oito planetas, de um lado, e a de Plutão, de outro, foram bem diferentes.
     "Limpar mesmo os arredores significa ter massa suficiente para continuar engolindo matéria no processo de crescimento", explica o astrônomo Cássio Leandro Barbosa, da Univap (Universidade do Vale do Paraíba). Plutão não foi capaz, por exemplo, de engolir outros corpos na sua formação. Nem seu satélite Caronte, gira propriamente em torno dele. Eles giram um em volta do outro. Além do mais, sua trajetória cruza a de Netuno, que é muitíssimo maior. Assim, ele nunca poderia ser considerado o objeto dominante.

Plutão

    Plutão

    Plutão é menor que sete das luas do nosso sistema solar: a Lua, Io, Europa, Ganimedes, Calisto, Titã e Tritão.

    Na mitologia grega, Plutão (grego: Hades) é o deus dos infernos. O planeta-anão recebeu esse nome (depois de muitas sugestões) talvez por estar muito longe do Sol, imerso em perpétua escuridão, ou talvez porque as letras "PL" sejam as iniciais de Percival Lowell.

    Plutão foi descoberto em 1930 por um feliz acaso. Os cálculos, que mais tarde provariam estar errados, tinham previsto um planeta para além da órbita de Netuno, com base nos movimentos de Urano e Netuno. Desconhecendo o erro, Clyde W. Tombaugh do Laboratório Lowell, no Arizona, fez um cuidadoso levantamento do céu, que de algum modo resultaria na descoberta de Plutão.

    Após a descoberta de Plutão, de pronto concluiu-se que era muito pequeno para explicar as discrepâncias nas órbitas dos outros planetas.

    Plutão ainda não foi visitado por uma nave espacial. Até mesmo o telescópio espacial Hubble não pode resolver a questão das formações em sua superfície.

    Felizmente, Plutão tem um satélite, Caronte. Caronte foi descoberto (em 1978) pouco antes de seu plano orbital se mover em direção às regiões internas do sistema solar. Foi possível, portanto, observar muitas passagens de Plutão sobre Caronte, e vice versa. Calculando cuidadosamente que partes de qual corpo seriam cobertas, e em que ocasiões, e observando as curvas de brilho, os astrônomos puderam construir um primeiro mapa das áreas claras e escuras de ambos os corpos.

    Embora a soma das massas de Plutão e Caronte seja bem conhecida (ela pode ser determinada através de cuidadosas medições do período e raio da órbita de Caronte) e com a ajuda da Terceira Lei de Kepler, é difícil determinar as massas individuais de Plutão e Caronte porque isso requer que se calculem seus movimentos mútuos ao redor do centro de massa do sistema, o que demandaria medições mais refinadas - eles são tão pequenos e distantes que até mesmo o HST teria dificuldade. A relação de suas massas está, provavelmente, entre 0,084 e 0,157; mais observações estão sendo feitas, mas não teremos dados verdadeiramente precisos até que se envie uma nave espacial ao planeta-anão.

    Plutão é o segundo corpo mais contrastado do sistema solar (depois de Iápeto). A exploração da origem desse contraste é uma das metas de alta prioridade da provável missão Pluto Express.

    A órbita de Plutão é altamente excêntrica. Às vezes ele está mais próximo ao Sol do que Netuno (tem sido assim desde 1979 e continuará assim até 1999). Plutão gira na direção oposta à da maioria dos outros planetas.

    Plutão está acoplado numa ressonância de 3:2 com Netuno; isto é, o período orbital de Plutão é exatamente 1,5 vezes mais longo que o de Netuno. Isso os impede de colidirem um com o outro.

    Como Urano, o plano do equador de Plutão está quase em ângulo reto com o plano de sua órbita.

Plutão e Caronte

Caronte e Plutão (maior)

    A composição de Plutão é desconhecida, mas sua densidade (cerca de 2 gm/cm3) indica que o planeta-anão é uma mistura de 80% rocha e 10% gelo de água, bastante semelhante a Tritão. Sua superfície parece ser coberta de gelos de metano, nitrogênio e dióxido de carbono.

    Pouco se sabe sobre a atmosfera de Plutão. O material que compõe a atmosfera de Plutão existe na forma de gás somente quando Plutão está próximo de seu periélio; durante a maior parte do longo ano plutoniano, os gases atmosféricos tornam-se gelo. Perto do periélio, é provável que parte da atmosfera escape para o espaço, talvez até mesmo interagindo com Caronte. Os planejadores da missão Plutão Expresso querem chegar a Plutão enquanto sua atmosfera está descongelada.

    A natureza peculiar das órbitas de Plutão e de Tritão, e a semelhança das propriedades gerais entre Plutão e Tritão sugerem alguma conexão histórica entre eles. Pensou-se antes que Plutão pudesse ter sido um satélite de Netuno, mas isso agora parece improvável. Uma teoria mais popular é que Tritão, como Plutão, em algum momento de sua história, entrou numa órbita independente ao redor do Sol e foi mais tarde capturado por Netuno. Como a Lua de nosso planeta, Terra, Caronte pode ser o resultado de uma colisão entre Plutão e um outro corpo.

    Plutão pode ser visto com um telescópio amador, mas é muito difícil.

    Caronte foi descoberto em 1978 por J. Christy. Antes disso, pensava-se que Plutão fosse muito maior, uma vez que as imagens de Caronte e Plutão eram indistintas.

    Caronte é peculiar pelo fato de ser a maior das luas do sistema solar em relação a seu primário (coisa que também já se disse sobre a Lua em relação à Terra).

    Plutão e Caronte são também peculiares no sentido de que não apenas Caronte gira sincronicamente, mas também o seu primário: ambos mantém a mesma face voltada uma para a outra.

    A composição de Caronte é desconhecida, mas sua baixa densidade (1,4 g/cm3) indica que pode ser semelhante às luas geladas de Saturno (i.e. Réia). Sua superfície parece ser coberta por gelo de água.

Um novo mundo gelado

    Os astrônomos chamaram-lhe Quaoar (pronuncia-se kwa-whar), em honra de um deus nativo norte-americano. Encontra-se a um bilhão de quilômetros além de Plutão e órbita o Sol a cada 288 anos, segundo uma órbita circular. Este planetóide foi descoberto por um telescópio situado na superfície da Terra, não passando apenas de um curioso ponto no espaço. Até que foi observado pelo Telescópio Espacial Hubble. Agora é um novo mundo!

Impressão artística do planetóide Quaoar

    O Hubble descobriu que Quaoar tem cerca de 1300 quilômetros de diâmetro. É cerca de 400 quilômetros maior do que Ceres (o maior asteróide do cinturão de asteróides que se encontra entre Marte e Júpiter), tendo mais da metade do diâmetro de Plutão.

    Quaoar tem um volume superior a todos os asteróides conhecidos juntos. Há suspeitas de que o planetóide seja composto essencialmente por um conjunto de gelos de baixa densidade misturados com rochas, sendo semelhante a um cometa. Se assim for, a massa de Quaoar será cerca de 1/3 da massa da cinturão de asteróides.

Órbita de Quaoar em comparação com as órbitas dos planetas Plutão, Netuno, Urano, Saturno e Júpiter

O Mistério de Sedna

    Astrônomos associados à NASA descobriram um planetóide gelado nos confins do Sistema Solar. Encontrado a 13 bilhões de quilômetros de distância da Terra, (o que é cerca de 3 vezes a distância que separa a Terra de Plutão) este é o objeto mais longínquo até hoje encontrado com órbita em torno do Sol.

    Batizado com o nome Sedna, em honra da deusa Inuit dos oceanos, tem um diâmetro entre os 1 290 e os 1 700 quilômetros. Desde 1930, ano da descoberta de Plutão, que não se descobria um objeto tão grande no Sistema Solar.

Sedna comparado em diâmetro com a Terra, a Lua, Plutão e Quaoar

    O Sedna foi descoberto a 14 de Novembro de 2003, através de observações levadas a cabo pelo Telescópio Samuel Oschin, de 48 polegadas, que pertence ao Observatório de Palomar do Caltech (San Diego, E.U.A.) Após ter sido detectado, o Sedna foi logo depois observado por telescópios no Chile, Espanha, Arizona (E.U.A.), Hawaii (E.U.A.) e também pelo novo telescópio espacial da NASA, o Spitzer.

    Este planetóide encontra-se muito longe do Sol, na região mais fria do Sistema Solar, onde as temperaturas não sobem acima dos 240 graus negativos. Ao que parece, Sedna poderá ser ainda mais frio, porque apenas se aproxima do Sol brevemente, ao longo da sua órbita de 10 500 anos. Quando se encontra no ponto mais afastado da sua órbita o Sedna fica a 13 bilhões de quilômetros do Sol, o que corresponde, aproximadamente, a uma distância 900 vezes superior à distância entre a Terra e o Sol.

Distâncias