Petróleo  Carvão Mineral  Gás Natural  Alternativas 

O Petróleo

A idade do nosso planeta, a Terra, é calculada em bilhões de anos. As jazidas de petróleo, não tão idosas, também têm idades fabulosas, que variam de um a quatrocentos milhões de anos. Durante esse período, aconteceram grandes e inúmeros fenômenos, como erupções vulcânicas, deslocamento dos pólos, separação dos continentes, movimentação dos oceanos e ação dos rios, acomodando a crosta terrestre. Com isso, grandes quantidades de restos vegetais e animais se depositaram no fundo dos mares e lagos, sendo soterrados pelos movimentos da crosta terrestre sob a pressão das camadas de rochas e pela ação do calor. Esses restos orgânicos foram se decompondo até se transformarem em petróleo. Restos de animais de épocas passadas também podem ser encontrados na forma de fósseis.

Fósseis

O petróleo é uma substância oleosa, inflamável, menos densa que a água, com cheiro característico e de cor variando entre o negro e o castanho escuro, sendo uma combinação de moléculas de carbono e hidrogênio (hidrocarboneto).

Aos detritos de rochas, resultantes da erosão da crosta terrestre pela ação da natureza, dá-se o nome de sedimentos. Por longo tempo, os sedimentos foram se acumulando em camadas, dando origem às rochas sedimentares. As diversas camadas dessas rochas formam as bacias sedimentares. O petróleo só poderá ser  encontrado em áreas onde houve acumulação de restos orgânicos e rochas sedimentares. Todavia, depois de formado, o petróleo não se acumula na rocha em que foi gerado. Ele passa através dos poros (espaços) das rochas, até encontrar uma outra rocha que o aprisione, formando a jazida. A jazida é, então, uma rocha cujos poros são ocupados pelo petróleo. No entanto, isso não significa que toda rocha sedimentar contenha uma jazida. Sua busca é tarefa árdua, difícil e exige muita paciência. Nas jazidas podemos encontrar o gás natural, na parte mais alta, e petróleo e água nas mais baixas.

Exploração

O ponto de partida na busca do petróleo é a Exploração, que realiza os estudos preliminares para a localização de uma jazida. Nesta fase é necessário analisar muito bem o solo e o subsolo, mediante aplicações de conhecimentos de  geologia e de geofísica, entre outros. A geologia realiza estudos na superfície  que permitem um exame detalhado das camadas de rochas onde possa haver  acumulação de petróleo. Quando se esgotam as fontes de estudos e pesquisas  de geologia, iniciam-se, então, as explorações geofísicas no subsolo. A geofísica, mediante o emprego de certos princípios da física, faz uma verdadeira radiografia do subsolo. Um dos métodos mais utilizados é o da sísmica. Compreende verdadeiros terremotos artificiais, provocados, quase sempre, por meio de explosivos, produzindo ondas que se chocam contra a crosta terrestre e voltam à superfície, sendo captadas por instrumentos que registram determinadas informações de interesse do geofísico.

Perfuração

Torres de perfuração

A perfuração é a segunda fase na busca do petróleo. Ela ocorre em locais previamente determinados pelas pesquisas geológicas e geofísicas. Para tanto, perfura-se um poço - o poço pioneiro - mediante o uso de uma sonda (ou torre de perfuração) que é o equipamento utilizado para perfurar poços. Esse trabalho é feito através de uma torre que sustenta a coluna de perfuração, formada por vários tubos. Na ponta do primeiro tubo encontra-se a broca, que, triturando a rocha, abre  o caminho das camadas subterrâneas. Comprovada a existência de petróleo, outros  poços são perfurados para se avaliar a extensão da jazida. Essa avaliação é que vai determinar se é comercialmente viável, ou não, produzir o petróleo descoberto. Caso positivo, o número de poços perfurados forma um campo de petróleo.

"Cavalo-de-pau"

"árvore de natal"

Produção

Revelando-se comercial, começa a fase da produção naquele campo. Nesta fase, o óleo pode vir à superfície espontaneamente, impelido pela pressão interna dos gases. Nesses casos temos os chamados poços surgentes. 

Plataforma

Para controlar esse óleo usa-se, então, um conjunto de válvulas denominado árvore de natal. Quando, entretanto, a pressão fica reduzida, são empregados processos mecânicos, como o cavalo de pau, equipamento usado para bombear o petróleo para a superfície, além de outros. Os trabalhos em mar seguem os mesmos critérios aplicados em terra, mas utilizam equipamentos especiais de perfuração e produção: as plataformas e os navios-sonda. Junto à descoberta do petróleo pode ocorrer, também, a do gás natural. Isso acontece, principalmente, nas bacias sedimentares brasileiras, onde o gás natural, muitas vezes, encontra-se dissolvido no petróleo, sendo separado durante as operações de produção. Tecnicamente chama-se a isto de gás associado ao petróleo. O petróleo e o gás descobertos não são totalmente produzidos. Boa parte deles fica em disponibilidade para futuras produções, em determinado momento. São chamadas reservas de petróleo e de gás. Dos campos de produção, seja em terra ou mar, o petróleo e o gás seguem para o parque de armazenamento, onde ficam estocados. Este parque é uma grande área na qual se encontram instalados diversos tanques que se interligam por meio de tubulações.

"Cavalos-de-pau"

Transporte

Pelo fato dos campos petrolíferos não serem localizados, necessariamente, próximos dos terminais e refinarias de óleo e gás, é necessário o transporte da produção através de embarcações, caminhões, vagões, ou tubulações (oleodutos e gasodutos).

Refinaria

Processos de Refino

Uma refinaria é como uma grande fábrica, cheia de equipamentos complexos e diversificados, pelos quais o petróleo vai sendo submetido a diversos processos para a obtenção de muitos derivados. Refinar petróleo é, portanto, separar suas frações, processá-lo, transformando-o em produtos de grande utilidade: os derivados de petróleo. A instalação de uma refinaria obedece a diversos fatores técnicos, dos quais destacam-se a sua localização nas proximidades de uma região onde haja grande consumo de derivados e/ou nas proximidades das áreas produtoras de petróleo.

Diversos processos são empregados no refino do óleo cru. Alguns são  extremamente complexos e constantemente pesquisadores estão desenvolvendo novos métodos de refino mais eficazes, para obtenção de produtos mais úteis. Os processos são selecionados de acordo com os produtos que serão manufaturados e o mercado que a refinaria visa abastecer.

O refino começa com o fracionamento do petróleo em diferentes partes. Isto é efetuado na maioria das vezes por destilação. As frações resultantes incluem gasolina, querosene, gasóleo, lubrificantes e outras substâncias. A maior parte das frações são tratados mais adiante e convertidas em produtos comercializáveis para uso  combustível, lubrificação, materiais para pavimentar estradas, solvente de tintas, revestimentos e vários compostos químicos.
Um processo denominado cracking ou craqueamento é utilizado para "quebrar" compostos químicos muito grandes em substâncias menores. Há ainda outros tratamentos, como a dessalinização que remove impurezas e melhora as propriedades do produto. Os processos que normalmente são incluídos nas refinarias modernas são destilação, cracking ou craqueamento, polimerização, alquilação, dessulfurização, dessalinização, desidratação e hidrogenação.

Distribuição

O transporte na indústria petrolífera se realiza por oleodutos, gasodutos, navios petroleiros e terminais marítimos. Oleodutos e gasodutos são sistemas que transportam, respectivamente, o óleo e o gás, por meio de dutos (tubos) subterrâneos. Navios petroleiros transportam gases, petróleo e seus derivados e produtos químicos. Terminais marítimos são instalações portuárias para a transferência da carga dos navios para a terra e vice-versa.

Petroleiro

Os produtos finais das estações e refinarias (gás natural, gás residual, GLP, gasolina, nafta, querosene, lubrificantes, resíduos pesados e outros destilados) são comercializados com as distribuidoras, que se incumbirão de oferecê-los, na sua forma original ou aditivada, ao consumidor final.

Os rendimentos obtidos, em derivados, em relação ao petróleo processado dependem do tipo do petróleo e da complexidade da refinaria. Os principais derivados e sua utilização são:

  • Gás ácido - Produção de enxofre

  • Eteno - Petroquímica

  • Dióxido de carbono - Fluido refrigerante

  • Propanos especiais - Fluido refrigerante

  • Propeno - Petroquímica

  • Butanos especiais - Propelentes

  • Gás liquefeito de petróleo – Combustível doméstico

  • Gasolinas - Combustível automotivo

  • Naftas - Solventes

  • Naftas para petroquímica - Petroquímica

  • Aguarrás mineral - Solventes

  • Solventes de borracha - Solventes

  • Hexano comercial - Petroquímica, extração de óleos

  • Solventes diversos - Solventes

  • Benzeno - Petroquímica

  • Tolueno - Petroquímica, solventes

  • Xilenos - Petroquímica, solventes

  • Querosene de iluminação - Iluminação e combustível doméstico

  • Querosene de aviação - Combustível para aviões

  • Óleo diesel - Combustível para ônibus, caminhões, etc.

  • Lubrificantes básicos - Lubrificantes de máquinas e motores em geral

  • Parafinas - Fabricação de velas, indústria de alimentos

  • Óleos combustíveis - Combustíveis industriais

  • Resíduo aromático - Produção de negro de fumo

  • Extrato aromático - Óleo extensor de borracha e plastificante

  • Óleos especiais - Usos variados

  • Asfaltos - Pavimentação

  • Coque - Indústria de produção de alumínio

  • Enxofre - Produção de ácido sulfúrico

  • n-Parafinas - Produção de detergentes biodegradáveis