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Cruzeiro do Sul
O
Cruzeiro do Sul
Luís A. A. Marino
Imagens:
Internet
Presente no emblema do Exército Brasileiro, na Bandeira
Nacional e nos pavilhões de mais 4 países (Austrália, Nova Zelândia, Papua -
Nova Guiné e Samoa Ocidental); nome de cidade, de time de futebol e da revista
mais lida no Brasil nos anos 60, a constelação Cruzeiro do Sul, (Cruz Austral -
seu nome oficial e em latim, apenas Crux) é muito conhecida dos povos que, como
nós, habitam o Hemisfério Sul da Terra.
Exército Brasileiro |
Brasil | Austrália | Nova Zelândia |
Papua - Nova Guiné |
Samoa Ocidental |
O Cruzeiro do Sul é uma das mais importantes constelações do
firmamento, apesar de ser a menor de todas elas e apesar de ser relativamente
recente: apenas no século XVI, com as viagens de Fernão de Magalhães e outras
Grandes Navegações portuguesas às regiões mais ao Sul do Equador esse conjunto
de estrelas passou a ter esse nome. A primeira referência a essa constelação é
de Florentino Corsali que em 1515 batizou-a como Cruz Maravilhosa.
As viagens de Fernão de Magalhães |
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As grandes civilizações do passado, das quais somos
herdeiros, desenvolveram-se a milhares de anos atrás no hemisfério norte de
nosso planeta, próximas ao paralelo de latitude 40º, conhecido como o Paralelo
das Civilizações. Dessa região, não se pode observar as estrelas que se
encontram mais próximas do Pólo Celeste Sul, como as do Cruzeiro. Por isso, os
gregos antigos, que deram nome a quase todas as outras constelações do céu, não
lhes deram muita importância e nem imaginaram uma constelação com elas.
Por volta do mês de junho, no estado de São Paulo, pode-se
observar facilmente o Cruzeiro do Sul, sempre no início da noite, por volta das
20h, bem alta acima do horizonte Sul.
Nesse horário, olhando em direção ao Sul, mais ou menos uns 45º acima do horizonte, pode-se encontrar facilmente as 5 estrelas do Cruzeiro, com o braço maior da cruz praticamente apontando para o Ponto Cardeal Sul.
Além de ser muito importante como ponto de referência celeste
para a Navegação Astronômica, o Cruzeiro do Sul possui duas estrelas que se
encontram entre as mais brilhantes de todo o firmamento.
A mais brilhante delas, alfa-Crucis, também chamada de Acrux,
Magalhãnica ou Estrela de Magalhães, representa a parte de baixo do braço maior
da cruz e é a mais próxima do Pólo Celeste Sul.
A segunda em brilho é beta-Crucis, também chamada Becrux e
Mimosa, e representa um dos lados do braço menor da cruz.
A parte de cima do braço maior da cruz é representada por
gama-Crucis, também chamada Gacrux, uma estrela de cor ligeiramente avermelhada
e que, por isso, recebe também o nome de Rubídea.
O outro lado do braço menor da cruz é representado por
delta-Crucis, uma estrela bem menos brilhante e que, por isso, recebe também o
nome de Pálida.
Cruzeiro do Sul |
Há, ainda, no Cruzeiro, além dessas 4 estrelas, uma quinta estrelinha, épsilon-Crucis, menos brilhante que a Pálida. Por não pertencer nem ao braço maior e nem ao braço menor da cruz, ela é carinhosamente chamada pelos brasileiros de "Intrometida". Na verdade, a Intrometida mais ajuda do que atrapalha, pois facilita a localização do Cruzeiro no céu.
Bem próximas a constelação do Cruzeiro do Sul encontram-se, na constelação do Centauro, duas estrelas de forte brilho, conhecidas como os Guardas da Cruz. A mais brilhante delas, alfa-Centauri - também chamada de Riguel Kentaurus ou Toliman - é a estrela mais próxima da Terra (depois do Sol, é claro).